LOUCURA, EMOÇÃO E AMOR
A definição da loucura como uma doença mental é algo recente no mundo ocidental. A loucura, antes (até a Idade Média e o Renascimento), era uma “doença ignorada”, associada às “significações religiosas e mágicas.” (Michel Foucault, Maladie Mentalie e psychologie, p. 76)
O louco começa a ser percebido e a incomodar com o advento do capitalismo e a adoção de uma verdade racional e positiva. O seu silêncio ou o seu discurso ilógico não interessavam ao mundo da produção.
Assim, seria necessário reprimir e excluir o louco. Seria preciso inventar um lugar para ele, fora da sociedade. Foi inventado o hospício.
Longe da razão, a loucura era associada à emoção:
“Não é à toa que descobrimos, desde o século XVIII, uma relação entre a loucura e todos os ‘crimes de amor’.” (Michel Foucault, p. 82)
Ser emocional passaria a significar “ficar fora de si” . É criado algo como um medo da própria emoção. Quando alguém diz “ele perdeu a razão” quer dizer que ele escolheu o caminho errado.
A razão, “disfarçada”, predomina mesmo numa chamada relação “amorosa”, que levaria, por exemplo, ao casamento.
Numa perspectiva machista (que, em si, inventa a sua própria lógica), a garota estabeleceria um planejamento com estratégias para conquistar o rapaz, depois levá-lo ao casamento, depois serão esperados os filhos. Ela, algumas vezes, utilizaria do poder de sedução, da relação sexual, para realizar determinados objetivos. Se o planejamento (final) falhar, viria o divórcio, a divisão dos bens materiais e o pagamento de pensões.
Alguns diriam: “mas isso é loucura?” É exatamente essa a questão. Os pais não deixariam a filha casar com um rapaz que não tivesse um bom emprego, fosse formado e viesse de uma boa família.
Diante de tal contexto, outros perguntariam: “mas e o amor?” Os pais (do exemplo) poderiam responder: “hey, estamos conversando sobre coisa séria, sobre casamento, o que o amor tem a ver com isso?”
E pensar que todas essas invenções são tão recentes e atualmente são tratadas como verdades absolutas...
A definição da loucura como uma doença mental é algo recente no mundo ocidental. A loucura, antes (até a Idade Média e o Renascimento), era uma “doença ignorada”, associada às “significações religiosas e mágicas.” (Michel Foucault, Maladie Mentalie e psychologie, p. 76)
O louco começa a ser percebido e a incomodar com o advento do capitalismo e a adoção de uma verdade racional e positiva. O seu silêncio ou o seu discurso ilógico não interessavam ao mundo da produção.
Assim, seria necessário reprimir e excluir o louco. Seria preciso inventar um lugar para ele, fora da sociedade. Foi inventado o hospício.
Longe da razão, a loucura era associada à emoção:
“Não é à toa que descobrimos, desde o século XVIII, uma relação entre a loucura e todos os ‘crimes de amor’.” (Michel Foucault, p. 82)
Ser emocional passaria a significar “ficar fora de si” . É criado algo como um medo da própria emoção. Quando alguém diz “ele perdeu a razão” quer dizer que ele escolheu o caminho errado.
A razão, “disfarçada”, predomina mesmo numa chamada relação “amorosa”, que levaria, por exemplo, ao casamento.
Numa perspectiva machista (que, em si, inventa a sua própria lógica), a garota estabeleceria um planejamento com estratégias para conquistar o rapaz, depois levá-lo ao casamento, depois serão esperados os filhos. Ela, algumas vezes, utilizaria do poder de sedução, da relação sexual, para realizar determinados objetivos. Se o planejamento (final) falhar, viria o divórcio, a divisão dos bens materiais e o pagamento de pensões.
Alguns diriam: “mas isso é loucura?” É exatamente essa a questão. Os pais não deixariam a filha casar com um rapaz que não tivesse um bom emprego, fosse formado e viesse de uma boa família.
Diante de tal contexto, outros perguntariam: “mas e o amor?” Os pais (do exemplo) poderiam responder: “hey, estamos conversando sobre coisa séria, sobre casamento, o que o amor tem a ver com isso?”
E pensar que todas essas invenções são tão recentes e atualmente são tratadas como verdades absolutas...